Estudo diz que 70% dos moradores de capitais têm receio de andar nas ruas Reprodução/Band |
Estudo diz que 70% dos moradores de capitais têm receio de andar nas ruas

Estudo diz que 70% dos moradores de capitais têm receio de andar nas ruas

Em entrevista ao Canal Livre, CEO da Quaest aponta a segurança pública como a maior preocupação do país e alerta para o "ciclo vicioso" entre violência, desconfiança e preconceito

Se há algo que atravessa as divisões políticas e geracionais no Brasil atual, é o sentimento de insegurança. Durante participação no programa Canal Livre,, o cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest, apresentou dados contundentes de sua pesquisa "Brasil no Espelho": desde 2023, o combate à criminalidade e à violência consolidou-se como a prioridade número um dos brasileiros.

Os números são alarmantes: 56% da população nacional tem medo de andar pelas ruas. Quando o foco se volta para as capitais brasileiras, o índice sobe para 70%. "Eu queria conhecer os 30% que não têm medo", ironizou o apresentador Rodolfo Schneider, sublinhando a gravidade do cenário que atinge o país de forma sistêmica.

Impacto nas urnas e soluções nacionais

Para Nunes, esse panorama deve pautar os debates eleitorais tanto nas eleições municipais deste ano quanto na disputa presidencial de 2026. Embora a Constituição divida as responsabilidades entre estados e União, o cientista acredita que não há mais espaço para que candidatos neguem a busca por soluções nacionais.

"As facções hoje são nacionais. Não é mais um problema apenas estadual", reforçou Schneider durante o debate. Nunes completou afirmando que será "suicídio político" para qualquer candidato ignorar o tema ou se esquivar da responsabilidade de discutir estratégias integradas para a segurança pública.

O Ciclo Vicioso da Insegurança

Um dos pontos mais profundos da análise de Felipe Nunes foi a relação entre a falta de segurança e o esgarçamento do tecido social. Segundo ele, a desconfiança e a insegurança se "autoalimentam" em um ciclo perigoso para a democracia.

"Quanto mais inseguro o país é, menos você convive com o outro. Quanto menos você convive com o diferente, mais o preconceito é alimentado e mais a desconfiança se fortalece", explicou o pesquisador. Para Nunes, o isolamento provocado pelo medo impede o diálogo e reforça barreiras sociais, tornando a superação da polarização e do preconceito uma tarefa ainda mais árdua para a sociedade brasileira.

A entrevista reafirma que o "espelho" do Brasil reflete um povo acuado, cuja rotina é moldada pelo receio da violência, exigindo um novo pacto de confiança e eficácia institucional para que o país possa, enfim, avançar.

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