Beatriz Gomes e Ludimila Honorato
O ato contra o feminicídio, em São Paulo, reuniu quase sete vezes mais manifestantes na avenida Paulista do que o protesto pela anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que ocorreu na mesma via.
O que aconteceu
Ato contra feminicídio contou com 9,2 mil manifestantes. O levantamento é do Monitor do Debate Político da USP (Universidade de São Paulo), em parceria com a ONG More in Common. A margem de erro é de 12%.Em momentos de pico, a manifestação contou com algo em torno de 8,1 mil e 10,3 mil participantes. A contagem foi realizada pela análise de fotos aéreas com um software de inteligência artificial, tiradas em três horários diferentes -14h30, 15h45 e 16h-, totalizando 12 imagens. Todos os registros, segundo o Monitor, cobriam a extensão da manifestação, sem nenhuma sobreposição.
Já a caminhada pela anistia teve 1,4 mil participantes. No horário de pico, o número ficou entre 1.200 e 1.500 pessoas. Diferentemente do ato contra o feminicídio, a contagem da caminhada foi realizada com fotos tiradas em dois horários: às 13h40 e às 15h08. Da mesma forma, os registros abarcaram toda a manifestação, sem sobreposição.
'Bolsonaro não é malandro', diz vice-prefeito
O vice-prefeito de São Paulo participou do ato pró-anistia. O coronel Mello Araújo (PL) foi um dos que convocaram o protesto pelas redes sociais nos últimos dias. "Hoje nós estamos aqui para falar da anistia e da liberdade de milhares de pessoas que estão presas, entre elas, quatro generais que carregaram uma vida ilibada e o presidente Bolsonaro, que não é malandro, não roubou, não cometeu corrupção e está preso", disse.Lideranças religiosas estiveram presentes. Pastores, o ex-candidato a presidente Padre Kelmon e outros líderes católicos seguraram uma bandeira em que se lia "somos uma nação cristã". Em um carro de som, músicas religiosas foram tocadas, enquanto os manifestantes ergueram cartazes de "anistia ampla" e "Bolsonaro é inocente".
Manifestantes pró-Bolsonaro se reuniram na escadaria do prédio da TV Gazeta. Vestidos de verde e amarelo, com camisetas e bandeiras do Brasil, algumas mescladas com a dos EUA, eles pedem a liberdade do ex-presidente e entoam gritos como "sem anistia, não há democracia".
Ato contra violência de gênero a menos de 1km de distância
O entorno do Masp foi escolhido pelo movimento nacional Levante Mulheres Vivas para a concentração do protesto contra a violência de gênero. O grupo, que ocupou os dois lados da avenida Paulista, teve discurso das deputadas federais Erika Hilton (PSOL-SP) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e contou com a presença do deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) e de Guilherme Boulos, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.Personalidades do movimento Levante Mulheres Vivas participaram do ato. A atriz Livia La Gatto e a atriz e ativista Rachel Ripani leram bases do movimento contra feminicídios. Pedem-se, entre outras coisas, a criminalização da misoginia e previsão no orçamento público de políticas que atuem contra a violência de gênero.
Uol
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