Por Redação

Os cortes do governo Trump ao Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos teriam afetado as previsões sobre as enchentes que atingiram o estado do Texas. Cerca de 600 funcionários foram demitidos apenas no início de junho.

A afirmação é de autoridades do estado sob anonimato, segundo a Sky News e o New York Times. Essas dizem que a atitude de Trump foi 'parcialmente responsável' pela tragédia.

Uma reportagem do NYT afirma que o Serviço Meteorológico havia divulgado previsões que subestimaram a quantidade de chuva que cairia dois dias depois.

O escritório do Serviço Meteorológico em San Antonio, nas proximidades, que cobre algumas das áreas afetadas pelas enchentes, tinha vagas significativas, incluindo um meteorologista de coordenação de alertas e um oficial científico, de acordo com Tom Fahy, diretor legislativo da Organização de Funcionários do Serviço Nacional de Meteorologia.

Em resposta, um porta-voz da Casa Branca afirmou que as acusações eram 'repugnantes'. Donald Trump complementou em fala aos repórteres dizendo que os cortes não foram responsáveis pelo caso.

'Isso foi algo que aconteceu em segundos. Ninguém esperava, ninguém viu. Pessoas muito talentosas estão lá, e eles não viram', disse.

Pelo menos 89 pessoas morreram em consequência das enchentes que atingiram o Texas e mais de 40 seguem desaparecidas.


Dez crianças e uma monitora de uma colônia de férias cristã para meninas estão entre as vítimas procuradas pelas autoridades de resgate.

Segundo o Serviço Meteorológico dos Estados Unidos, o Texas está sob alerta de novas chuvas, com volumes que podem chegar a 250 milímetros.

As cheias começaram com a elevação repentina das águas do Rio Guadalupe - cerca de 9 metros em apenas duas horas, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia do país. O rio corta o Texas Hill Country, região montanhosa e turística a noroeste de San Antonio, onde pelo menos três cidades foram surpreendidas pela força das águas.

As inundações também causaram mortes em condados vizinhos: quatro pessoas em Travis (onde fica a capital, Austin), duas em Burnet, uma em Kendall e uma em Tom Green.

O governo Trump acionou a Guarda Costeira e a Agência Federal de Resposta a Desastres para participar do trabalho de resgate. O Papa Leão XIV manifestou solidariedade durante a tradicional oração semanal no Vaticano.

De acordo com o New York Times, as equipes de resgate se prepararam para a possibilidade de mais chuvas torrenciais e inundações repentinas na segunda-feira. Os socorristas navegam por campos de destroços com barcos, mas helicópteros, drones e carrinhos de golfe também são utilizados nas buscas.

O dilúvio já é considerado um dos maiores nos Estados Unidos nos últimos 100 anos.

CBN
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