Coluna quente com essa exclusiva e ainda detalhes do lançamento do meu novo canal e videocast "Os Tombo que eu Levo". Vai dar o que falar!
Josette Goulart
Por que raios afinal o governo quer recomprar a marca Eletrobras? É o que vou contar hoje. Ainda vou falar do grande lançamento do ano: "Os Tombo que eu Levo". O meu videocast que já nasce patrocinado. E é por isso que trago para a news a discussão jornalismo x patrocínio. E a estreia não poderia estar mais cheia de manifestos. A escolha da primeira entrevistada também é um posicionamento.
Não vá embora porque esse tema de energia, se não bateu ainda na sua porta, vai bater. A lei está mudando e vai chover propaganda do setor (e já te aviso, eita setorzinho difícil de entender, viu?). Vem ler.
Eletrobras agora é Axia
Há cerca de um mês, a Eletrobras mudou de nome e passou a se chamar Axia Energia, marcando de vez a transição de uma estatal para uma empresa privatizada.Mas o governo Lula, que ainda detém mais de 40% do capital da empresa, estuda fazer uma proposta para recomprar a marca Eletrobras (a marca, não a empresa, hein?). Duas fontes do governo a par do assunto, confirmaram a intenção e se dizem confiantes que depois de tanta discussão em torno de um acordo para que o capital privado seguisse no comando da empresa (o governo ficou com apenas três assentos no Conselho), a Axia não vai negar essa proposta.
Fontes próximas da Axia também me dizem que faz sentido o governo querer de volta o nome (mas ninguém sabia da intenção do governo).
Os conselheiros do governo na empresa chegaram no começo deste ano quando a decisão já estava tomada para a mudança de nome. Eles não gostaram muito de perder o nome Eletrobras e questionaram que empresas estrangeiras que foram privatizadas como EDP (de Portugal) e Iberdrola, por exemplo, mantiveram seus nomes originais.
Quando soube da mudança de nome, o presidente Lula foi o primeiro a dizer: "a gente pega o nome de volta".
E quem é a Eletrobras?
Para quem não conhece muito o setor de energia, a Axia, ex-Eletrobras, é a maior empresa de geração e transmissão de energia do país e teve seu capital pulverizado há três anos, ainda no governo Bolsonaro, ficando sob controle de acionistas privados (apesar do governo federal ainda deter sozinho a maior fatia da empresa).Pelo que apurei, não existe a menor intenção do governo atual em reestatizar a Axia Energia, especialmente agora que a empresa voltou a investir bilhões em novos empreendimentos como o último leilão de transmissão.
O atual governo entende que uma empresa privada pode investir muito mais do que uma estatal, que fica limitada à burocracia da lei de licitações. (Spoiler: os conselheiros do governo querem que a Axia comece a investir pesado em geração de energia eólica e solar).
Mas o que o governo quer com o nome Eletrobras?
A ideia é usar o nome para substituir, por exemplo, a atual ENBPar, empresa do governo que detém as fatias do governo em empresas como Eletronuclear e Itaipu. Outra possibilidade é usar o nome Eletrobras para abrigar possíveis federalizações de empresas geradoras, como é o caso da Cemig. (Já pensou a Cemig ser a nova Eletrobras?)A mudança para Axia
Já tem algumas semanas que bati um longo papo com a nova diretora de marketing da Axia, Leandra Peres, que me contou como a mudança de nome foi feita tentando reconhecer e manter o DNA da Eletrobras que é o de integração e desenvolvimento do país. Muitas cidades Brasil afora nasceram e se desenvolveram por conta de usinas hidrelétricas da empresa, apesar de que em sua história a empresa era conhecida por diferentes nomes como Chesf, Furnas, Eletronorte e Eletrosul.Apesar de associações de funcionários terem questionado fortemente o novo nome, a sensação da diretoria é que houve muito questionamento sobre os motivos da mudança, mas não exatamente resistência à mudança.
A verdade é que o setor de energia mudou drasticamente (eu que o diga, já cobri esse setor há uns 13 anos e posso atestar que está completamente diferente) e ter um novo nome coloca a empresa neste novo contexto de regulação, de formas de vender energia e descarbonização.
A Axia é hoje essencialmente uma empresa de geração renovável, com 80 usinas, e mais de 74 mil quilômetros de linhas de transmissão. Com esse portfólio todo, o nome foi escolhido por significar Eixo em latim.
O rebranding foi feito pela Tátil Design e toda a campanha de lançamento da nova marca envolveu ainda Artplan, Clima Comunicação e Grito.
Se liga no rolê. Aliás, você está sabendo que vai ter uma grande mudança na lei e que todos os consumidores vão poder escolher a empresa que fornece energia, a exemplo do que acontece hoje no mercado de telefonia? Se liga, que vai ter muita campanha publicitária pela frente.
A campanha
A campanha de lançamento total vai gastar em torno de R$ 40 milhões, segundo fontes do mercado publicitário, e envolve desde participação na novela Dona de Mim até descarbonização da entrega do Mercado Livre na Black Friday.Apesar da empresa continuar focada no mercado B2B, ela precisa comunicar a mudança de nome para o grande público e o trabalho em torno do Eletrobras agora é Axia deve continuar até o fim do ano que vem.
Os Tombo que eu Levo
E não é que minha última coluna no UOL era um teaser? Sim, estou lançando o videocast "Os Tombo que eu Levo". A ideia do nome foi do sócio criativo da Milá, Sleyman Khodor. Eu estava contando a ideia que eu tinha de fazer um podcast com erros e reveses, tudo num tom "Que história é essa, Porchat?" quando ele veio com o nome. É aquela história, todo mundo vê os rosés que eu tomo, mas não vê os tombo que eu levo.
Josette e Dilma no estúdio de Os Tombo que eu Levo
O videocast vai estrear nos meus canais no YouTube e Spotify nesta terça-feira, dia 25, às 19h, com o patrocínio fundador da rede de farmácias Pague Menos (sabe como é, tombo a gente cura com curativo ou com rivotril).
A direção de fotografia e de arte do videocast estão nas mãos de Marcelo Chello, fotojornalista e designer gráfico, que tem no seu currículo passagem por todas as grandes agências de notícias do mundo (sim, do mundo) e imagens publicadas desde o La Nación até The New York Times.
Mulher e negra
A escolha da primeira entrevistada para o videocast é também um manifesto político da minha parte. Dilma Campos. Mulher e negra. É minha forma de dizer para o presidente Lula: vacilão, hein? de não ter indicado uma mulher e negra para o Supremo Tribunal Federal.Manifesto jornalístico
Como é fazer jornalismo independente e ser patrocinada por uma marca ao mesmo tempo? É muito simples. O jornalismo sempre vence. A notícia sempre se impõe. E, por enquanto, o único modelo de negócios que se sustenta no jornalismo é o da publicidade. (Se até o Netflix depende da publicidade, imagina nós.)Um princípio muito importante que estou estabelecendo nesta nova fase independente é o que já rege redações de credibilidade no país: a divisão entre Estado e Igreja. Entre o editorial e o comercial.
É por isso que a Josette Goulart News e Videocasts (inventei esse nome agora) já tem um diretor comercial. Edu Silva é publicitário, com larga experiência em veículos e agências de publicidade e qualquer negociação comercial se dará com ele. O email é ads@josettegoulart.com.br
E por que alguém anunciaria aqui se isso não interfere no editorial?
Basicamente, porque tenho uma lista de transmissão no zap, entre meus leitores, de 300 CMOs e CEOs, diretores de comunicação e executivos de agências. A newsletter, em menos de 15 dias, já tem 850 assinantes e mais de 12 mil visitantes únicos. Público altamente qualificado e que chegou de forma orgânica.
Beijo, me liga, e amanhã é dia de estreia. Fica comigo.
Substack
https://substack.com/inbox/post/179768093?r=aorl&utm_medium=ios&triedRedirect=true



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