Em meio à maior crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, o governo sinalizou restrições orçamentárias e necessidade de rever a verba prevista para uma ação militar entre as Forças Armadas dos dois países. O Ministério da Defesa caminha para cancelar o evento.

O Combined Operation and Rotation Exercise (CORE) é um programa de cooperação entre os dois exércitos, firmado durante o governo Jair Bolsonaro (PL), que previa ações de treinamento conjuntas.

A informação de fontes das Forças Armadas é que o tensionamento diplomático entre Brasil e EUA é o principal motivo, além da restrição orçamentária. Haveria pressão para que todo relacionamento bilateral que envolva a embaixada americana - que vem atacando o STF - fosse revisto.

Em agosto, estava prevista a vinda de militares dos EUA para conhecer o terreno da operação, mas eles não vieram. Os americanos, por outro lado, têm informado às Forças Armadas brasileiras que, da parte deles, o exercício está mantido.

O primeiro CORE ocorreu em 2021, no Brasil, e desde então os dois países se revezam para receber as tropas do outro.

Neste ano, o exercício estava previsto para ocorrer no sertão pernambucano, com cerca de 200 militares brasileiros e 150 soldados norte-americanos.

No entanto, a Defesa foi informada de que não haveria recursos para essa operação, e que a única ação militar possível neste ano seria a Operação Atlas, próxima à Venezuela, revelada pela CNN, em janeiro.

O iminente cancelamento do evento ocorre no momento de maior crise diplomática entre os dois países da história recente, que começa a respingar na histórica aliança militar entre Brasil e Estados Unidos.

A CNN mostrou que, enquanto a tensão entre Brasília e Washington se acentuava, as forças dos dois países mantinham antigas parcerias.

Por outro lado, os Estados Unidos cancelaram o Southcom - evento que estava sendo organizado junto com a FAB (Força Aérea Brasileira) e que ocorreria no final de julho, em Brasília.

CNN Brasil
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