Rodrigo Marques, da Claro |
Claro já enxerga volta do crescimento no negócio de TV

Claro já enxerga volta do crescimento no negócio de TV

Por Henrique Julião

Depois de anos de queda de receita e perda de rentabilidade no negócio de TV, a Claro está atravessando um momento de estabilização do segmento e projeta para 2026 a volta definitiva do crescimento do negócio, indicou o CEO da unidade de consumo da operadora, Rodrigo Marques.

O executivo participou do segundo dia do +TV Forum 2025, promovido por TELETIME e TELA VIVA em São Paulo nesta quinta-feira, 14. Na ocasião, Marques reiterou indicação feita pela empresa um dia antes: de que o negócio de vídeo vive um momento de revitalização, impulsionado pelo produto Claro TV+.

"Depois de muitos anos de queda de receita e perda de rentabilidade, a gente nesse ano já conseguiu parar de perder receita", assinalou Marques. "Tem seis ou sete meses que a receita não cai mais, e ela já começou a mostrar sinais de crescimento em alguns meses. Achamos que o ano que vem vai marcar de fato o crescimento da receita de TV", projetou o executivo, promovido ao cargo de CEO de consumo no fim de 2024.

No centro da estratégia

Segundo Marques, a oferta de conteúdo é peça central na estratégia dos serviços oferecidos pela Claro. "Toda a conectividade que vendemos tem como objetivo final para o cliente acessar conteúdos", observou. "Esse é o foco de tudo, e por isso não olhamos mais para a TV isoladamente".

Nesse espírito, o CEO da Claro aponta a tríade de conectividade, conteúdo e serviços digitais como o "novo triple play" para combos de telecomunicações. A própria empresa deseja que todos os assinantes que tenham conectividade contratada também passem a consumir o conteúdo.

A estratégia vale não apenas nas 550 cidades onde a empresa tem oferta de banda larga, mas também no raio nacional de cobertura móvel da Claro: hoje o Claro TV+ já é empacotado em combos junto com a telefonia celular, na oferta Claro Multi, nota Marques. "E a ideia é que ele seja cada vez mais empacotado. Ter conteúdo melhora o NPS [Net Promoter Score] da conectividade".

"A dificuldade é ter uma equação de produtos com qualidade e acessíveis aos diversos perfis de consumidores, porque a demanda está aí", completou o executivo.

Super bundle

O modelo de Claro TV+ no qual aposta a operadora difere da TV por assinatura tradicional, funcionando através da Internet e agregando no mesmo pacote tanto canais lineares quanto serviços de diferentes plataformas de streaming, como Netflix, HBO Max, Amazon Prime, Apple TV+ e Globoplay, tudo por um preço fixo.

A operadora vê espaço para avançar parcerias com outros segmentos, como games e plataformas de música, apontou Marques. O executivo também relata que as empresas de streaming têm percebido vantagens no modelo em relação à venda direta ao consumidor final, sobretudo na forma de uma menor evasão de clientes (churn), algo que seria "muito reduzido na Claro TV+".

Há, porém, espaço para ajustes: entre eles, melhorias na usabilidade dos aplicativos junto aos canais lineares, incluindo novas formas do consumidor encontrar conteúdos de maneira simples.

TV tradicional

A Claro, vale lembrar, ainda é líder do mercado brasileiro de TV por assinatura tradicional. Ainda que avançando na estratégia de produto desregulado com a Claro TV+, Rodrigo Marques voltou a defender a necessidade de redução de assimetrias entre a TV paga convencional e outros formatos de distribuição de conteúdo.

Neste sentido, a indicação da Anatel de que deve aprofundar as discussões sobre a desregulamentação da TV por assinatura tradicional foram classificadas como um sinal positivo pelo CEO da área de consumo da Claro.

Teletime
https://teletime.com.br/14/08/2025/claro-ja-enxerga-volta-do-crescimento-no-mercado-de-tv/