Prefeito do Recife e presidente do PSB diz que petista deveria propor um acordo com demais Poderes
Prefeito do Recife e presidente nacional do PSB, João Campos defende que o presidente Lula lidere um processo nacional de pacificação institucional com os chefes dos demais Poderes.
"Essa pode ser a marca do terceiro mandato do presidente Lula, da mesma forma como a inclusão social foi a do primeiro governo e o investimento público, do segundo", afirma Campos, hoje um dos aliados mais influentes do presidente na esquerda.
Segundo ele, um primeiro passo seria convidar para uma conversa os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso. O principal tema da discussão seria a questão orçamentária, que vem sendo fonte de fricções entre os Poderes.
"Idealmente haveria um acordo pelo qual o governo reduz despesas, o Congresso abre mão de parte de suas emendas e o Judiciário limita os penduricalhos e aceita o teto de gastos. Não é simples, mas se há alguém que pode liderar esse processo é o presidente Lula. Caso contrário, teremos muita dificuldade institucional no futuro", afirma o prefeito.
Para Campos, o presidente ajudaria se reeditasse a fase "Lulinha paz e amor", mote de sua primeira eleição presidencial, em 2002. "Foi talvez o maior momento político dele".
O prefeito diz ver uma janela de possibilidade de diálogo mesmo com o clima político polarizado e já contaminado pela eleição presidencial do ano que vem. O próprio Lula vem adotando o discurso de "ricos contra pobres" ao defender "justiça tributária", com o aumento de tributos para as classes de maior renda.
Folha de S.Paulo