Alex Atala, Renata Vanzetto e Jeffeson Rueda com Ana Maria Braga; elenco do Chef de Alto Nível, da Globo, se reúne pela primeria vez - Carol Fonseca/Globo |
Reality com Ana Maria Braga e Alex Atala faz participantes cozinharem no porão

Reality com Ana Maria Braga e Alex Atala faz participantes cozinharem no porão

Conheça as cozinhas de Chef de Alto Nível, gravado em set de 1.500 m² construído do zero para o programa gastronômico

Marília Miragaia

O diabo mora nos detalhes no set de Chef de Alto Nível, reality show com apresentação de Ana Maria Braga que a TV Globo lança em julho com os chefs Alex Atala (D.O.M.), Jefferson Rueda (A Casa do Porco) e Renata Vanzetto (Mamma Vanzetto, entre outros). Mas não só nos detalhes.

O programa é a versão brasileira de Next Level Chef, originalmente comandado pelo cozinheiro britânico Gordon Ramsay. Para viabilizá-lo, tanto os produtores brasileiros foram à Holanda conhecer o formato em um hub quanto a equipe de Ramsay veio ao Brasil acompanhar a construção do set, segundo o diretor-geral Carlo Milani do programa na Globo.

"Estou muito feliz de estar nos lares das pessoas à noite. Me sinto fazendo um programa de black tie", diz Ana Maria Braga, em evento para imprensa. É a primeira vez que a apresentadora ficará temporariamente fora do "Mais Você" para se dedicar a um projeto. Chef de Alto nível será exibido às terças e quintas, após a novela "Vale Tudo".

Os episódios são gravados em uma enorme estrutura construída do zero pela emissora durante 200 dias de trabalho. No estúdio, no Rio de Janeiro, ficam três grandes cozinhas, uma em cima da outra. O complexo inteiro tem 1.500 m² e uma altura equivalente a um prédio de cinco andares.

No térreo fica a cozinha chamada de "porão", com nome e ambientação que já mostram a proposta de um ambiente mais precário. O espaço funciona plenamente, mas tem menos recursos tecnológicos e mais utensílios caseiros, quase inexistentes em cozinhas profissionais de alto desempenho.

Há detalhes que podem dificultar a vida dos participantes, como balanças analógicas e facas com cabo de plástico ---em geral, as versões profissionais são inteiriças, o que dá ao corte mais firmeza. Não há padronização dos utensílios oferecidos.

Também só se encontram ali forno e fogão domésticos, de potência reduzida em comparação ao profissional, e panelas de alumínio, material que não é o preferido de chefs porque conduz o calor de forma desigual.

A particularidade que deve fazer do porão a cozinha mais temida do reality é que ali chegarão, provavelmente, os ingredientes menos nobres. No programa, os produtos usados nas provas vão descer por uma espécie de mesa-plataforma que conecta os três andares.

"Imagina ficar só 30 segundos na frente da plataforma. Eu mesmo fiquei pensando o que faria", afirma o chef Alex Atala, do D.O.M., durante evento em que jornalistas e influenciadores conheceram as cozinhas. Fotos não foram autorizadas.

O andar mais alto recebe primeiro a plataforma móvel, que depois estaciona na cozinha intermediária e, por fim, no porão. O sistema lembra o do filme "O Poço", famoso na Netflix, que mostra um sistema prisional dividido por hierarquias -quanto mais abaixo, menor é a quantidade e a qualidade do que sobra de comida.

"Mas mesmo do porão estão vindo coisas muito legais", diz Renata Vanzetto, chef à frente de um bufê, de uma loja e de restaurantes como o Mamma Vanzetto e o Motel, em São Paulo.

Quem sai do porão e sobe um nível chega à cozinha afetiva, um andar mais completo e organizado. Encontra-se ali, por exemplo, fritadeiras, boas batedeiras, aparelhos para se fazer massa, processadores e mixers e forno de convecção. Melhor do que o convencional, o aparelho tem internamente um sistema que faz o calor circular (e cozinhar o alimento de forma mais uniforme).

Thermomix, instrumento chamado de Ferrari da gastronomia que é capaz de triturar, cozinhar, processar e emulsificar, entre outras funções, se encontra tanto no nível intermediário quanto no superior -onde aparece em maior quantidade.

Chamada de cozinha high-tec, a mais alta é mais organizada e também requer mais conhecimento técnico dos chefs que a operam. Além do Thermomix, fazem parte desse arsenal um forno combinado (que permite controle preciso da temperatura e cocção com vapor) e um aparelho de sous-vide (que faz a cocção a baixa temperatura).

"Como vieram chefs de todo o país, vocês podem esperar muito regionalismo, com pratos que são a cara dos sabores do Brasil", diz Jefferson Rueda, chef à frente da Casa do Porco.

Cerca de 15 mil pessoas se inscreveram no Chef de Alto Nível, das quais 86 cozinharam diretamente nos estúdios, para que se chegasse a um time de 24 cozinheiros, distribuídos em times que têm a mentoria de Alex Atala, Jefferson Rueda e Renata Vanzetto. Os participantes foram divididos em três categorias de chefs profissionais, amadores e da internet. Em um primeiro momento, eles integram juntos os times. O prêmio para o vencedor é de R$ 500 mil.

Além do reality, a emissora terá um spinoff exibido no GNT comandado pelo influenciador Arthur Paek, que recebe os eliminados e os chefs para dinâmicas.

Folha de S.Paulo
https://www1.folha.uol.com.br/comida/2025/05/reality-com-ana-maria-braga-e-alex-atala-faz-participantes-cozinharem-no-porao.shtml