O presidente Lula ao lado da ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais Foto: Wilton Junior/Estadão |
Gleisi diz que não vê outra opção na esquerda a não ser Lula para 'ganhar da extrema direita'

Gleisi diz que não vê outra opção na esquerda a não ser Lula para 'ganhar da extrema direita'

Ministra acredita que alianças de Lula conseguiram isolar 'extrema direita' e buscar apoio dentro do centro e da direita


Por Gabriel Hirabahasi (Broadcast) e Maria Magnabosco

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que a esquerda não tem outra opção para a eleição presidencial de 2026 que não o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) . Ou que, ao menos, não tem ninguém que possa "fazer disputa e ganhar da extrema direita".

Gleisi concedeu entrevista ao programa "Conversa com Bial", da TV Globo, divulgada na madrugada desta quinta-feira, 29. A ministra disse que o PT e a esquerda "têm quadros políticos", mas não "com pegada popular, com condições de fazer o embate e condições de ganhar" do bolsonarismo.

"Na esquerda, para fazer disputa e ganhar da extrema direita, não vejo outra pessoa que não seja o Lula. Obviamente que numa idade mais avançada tem mais dificuldades", reconheceu.

A ministra defendeu que o presidente da República é o único de seu campo que faz frente ao ex-presidente Jair Bolsonaro e quem quer que seja candidato no campo da direita.

"O Lula está bem, mas ele também tem consciência de que se não estiver bem de saúde, não dá para ir. É ele que vamos ter para disputar a eleição de 2026", defendeu. "Eu fico com medo de esse pessoal (bolsonarista) ganhar. Então, infelizmente, Lula terá de ser candidato", disse.

Bolsonaro está impedido de disputar as eleições até 2030 por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Gleisi ainda justificou as alianças que este terceiro governo Lula fez com partidos de centro e de direita, como o União Brasil, MDB, PSD, PP e Republicanos. A ministra afirmou que o objetivo foi isolar a "extrema direita" e conseguir apoios na direita.

"A gente teve que fazer composição para governar e trouxe a direita para dentro do governo. Isolou a extrema direita, o bolsonarismo. E trouxe uma parte da direita. Você traz o União Brasil, vem metade da bancada. Traz o PP e vem uma parte da bancada", afirmou.

Um levantamento feito pelo Estadão indica que o PT pode caminhar para uma composição com MDB ou PSD em pelo menos dez Estados no ano que vem - seja apoiando candidatos dessas legendas ou indicando nomes para vice ou Senado. Com as duas siglas cada vez mais distantes de seu projeto de reeleição, o presidente Lula tem apostado nas alianças estaduais com os partidos para garantir palanques pelo País em 2026.

A estratégia, porém, carrega fragilidades, já que os acordos locais podem ruir caso um dos dois decida seguir caminho próprio na disputa presidencial. Ambos os partidos consideram lançar candidaturas ou apoiar adversários de Lula já no primeiro turno, o que torna incerto qualquer tipo de alinhamento.

O Estado de S.Paulo
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