Tarcísio de Freitas (Republicanos) fez o que se esperava dele em seu depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) e demonstrou lealdade a Jair Bolsonaro, mas ainda assim não será o escolhido da família do ex-presidente para a disputa das eleições presidenciais de 2026. A apuração é da colunista Letícia Casado, do UOL, na edição de hoje do UOL News.
Hoje, Tarcísio falou como testemunha de defesa de Bolsonaro na ação penal no STF sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. O governador de São Paulo confirmou ter se encontrado com o ex-presidente, mas negou qualquer discussão sobre golpe.
Tenho conversado com pessoas do entorno de Bolsonaro e de Tarcísio e, ao fim desses depoimentos, a colocação é: o Tarcísio cumpriu o mínimo que deveria ter cumprido, mas não será o candidato da família em 2026 para a sucessão presidencial. Ele não será esse candidato.
É algo que, até este momento, está cravado por fontes muito próximas do Jair e do [Gilberto] Kassab [presidente nacional do PSD]. O que eles colocam é que esse depoimento, juridicamente, não faz diferença, mas era uma questão política.
Letícia Casado, colunista do UOL
Uol
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2025/05/30/casado-tarcisio-cumpriu-esperado-mas-nao-sera-candidato-dos-bolsonaro.htm
Casado listou três pontos destacados por aliados de Bolsonaro que justificariam as remotas chances de escolher Tarcísio como candidato à Presidência da República em 2026.
Nessas conversas, há três pontos que as pessoas levantam e explicam um pouco esse mau humor que define que Tarcísio não será o candidato.
Um deles é a questão da anistia. Marcos Pereira, presidente do Republicanos, nunca fez um trabalho árduo pela anistia do 8/1 e deixou o processo correr na Câmara. O que me falam é que Tarcísio nunca se posicionou junto ao Marcos Pereira e nem usou seu peso político para fazer pressão sobre o presidente do partido ao qual ele é filiado. Isso pegou muito mal com a família Bolsonaro.
O segundo ponto é que ninguém do secretariado de Tarcísio em São Paulo nunca fez uma frase contundente para fazer avançar essa questão da anistia e proteger Jair Bolsonaro ao longo do processo. Ninguém da equipe política do governador fez isso também.
O terceiro é mais recente. Há poucas semanas, Tarcísio foi aos EUA, mas não procurou Eduardo Bolsonaro. Ciro Nogueira [presidente do Progressistas] e Antônio Rueda [presidente do União Brasil] fizeram esse movimento. São aliados da família Bolsonaro e foram a restaurantes com Eduardo. Tarcísio não se colocou fazendo uma defesa da família e não fez pressão para proteger Eduardo do inquérito que está correndo no Supremo.
Letícia Casado, colunista do UOL
Uol
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