Depois da onda de abertura de capital de empresas de tecnologia, varejo e agronegócio, a Bolsa deve receber agora uma leva de ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) de empresas relacionadas ao setor de saúde. Além disso, as postulantes são grupos de fora do tradicional rol das operadoras de planos de assistência médica e odontológica, já bem conhecidas dos investidores. A farmacêutica Teuto, que fabrica medicamentos genéricos e suplementos, deve protocolar, possivelmente hoje, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) uma oferta de entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões. Há 70 anos no mercado, a empresa tem faturamento anual da ordem de R$ 1 bilhão. Procurada, a Teuto informou que não comenta "especulações de mercado".
Primeira onda. Na próxima janela de ofertas, que começa em março, são esperados IPOs dos hospitais Mater Dei e Care Caledônia (de Campinas-SP), da Viveo (holding de negócios de saúde da Cremer e da Mafra Hospitar), da Blau Farmacêutica e da distribuidora de medicamentos Elfa (do fundo Pátria). Além delas, é aguardado o re-IPO da rede de medicina diagnóstica Dasa, com potencial de ter um giro maior em relação às demais ofertas, envolvendo até R$ 7 bilhões. A emissão, no entanto, será restrita a investidores institucionais.
Segunda onda. Outra empresa investida pelo fundo Patria, além da Elfa, que está em conversas com bancos estruturadores para levantar capital na Bolsa é a Athena Saúde, nascida da consolidação de pequenas operadoras. A Athena tem sete hospitais, 47 clínicas e quatro operadoras, concentradas principalmente no Estado do Piauí, seguido por Espírito Santo e Paraná. A oferta deve acontecer, no entanto, no segundo semestre.
Terreno. A Urba, empresa de loteamentos residenciais da MRV, está se aprontando para decolar neste ano, com ou sem IPO. A meta é lançar entre 4 mil e 4.5 mil lotes em 2021, o que representa crescimento considerável ante a 2020, quando foram lançadas apenas 250 unidades.
Passos largos. O cliclo de crescimento iniciado agora tem como objetico atingir o patamar de produção de 15 mil unidades por ano daqui cinco ou seis anos, segundo a presidnete da loteadora, Érika Matsumoto (ex-Racional Engenharia).
Tentáculos. O avanço da Urba faz parte da estratégia da MRV para se tornar uma gigante da habilitação, atendendo consumidores em diferentes ramos imobiliários. O conglomerado é composto pela construtora MRV (apartamentos para famílias de renda baixa e média), Luggo (aluguel) e AHS (localizada nos Estados Unidos).
Pedágio. A fintech Target Meios de Pagamentos abriu mais uma frente de serviço financeiro para caminhoneiros, com o lançamento de crédito pessoal. O negócio tem outra fintech, A Rebel, como parceira. O universo potencial é grande - são 695 mil motorista autônomos registrados na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) - e as necessidades dos caminhoneiros cresceram na pandemia.
Coluna do Broadcast
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