Mara Casares e Douglas Scwartzmann pediram afastamento dos seus cargos na atual gestão do São Paulo. Os dois foram pivôs de um esquema de desvio de ingressos de shows no Estádio do Morumbi revelado hoje (15) pelo ge.

Mara é ex-esposa do presidente Júlio Casares e ocupava o cargo de diretora feminina, cultural e de eventos. Já Douglas era diretor adjunto de futebol da base.

Além dos dois, o CEO do clube e braço direito de Casares, Márcio Carlomagno, também é citado nos áudios que foram revelados pela reportagem. Ele, no entanto, continua no seu cargo. Recentemente, ele foi movido para atuar mais no dia a dia do futebol para auxiliar Carlos Belmonte, agora ex-diretor de futebol.

O áudio obtido pela reportagem revelou um esquema de comercialização clandestina de camarote do Morumbis em dias de shows, envolvendo Douglas Schwartzmann, que admitiu que ele e outras pessoas ganharam dinheiro com a prática irregular.

Segundo o áudio, Mara Casares teria recebido do superintendente Marcio Carlomagno o direito de uso do camarote e repassado o espaço para exploração comercial durante o show da cantora Shakira, realizado em fevereiro. Carlomagno é braço direito de Julio Casares e apontado como principal nome da situação política para a eleição presidencial do clube em 2026. O camarote em questão é o 3A, localizado no setor leste do estádio e registrado internamente como "sala presidência".

O direito de exploração do camarote foi transferido a Rita de Cassia Adriana Prado, intermediária do esquema. Ela ficou responsável pela venda dos ingressos, que chegaram a custar até R$ 2.100 cada. Apenas com o camarote 3A, o faturamento estimado foi de R$ 132 mil. O caso ganhou contornos judiciais após Adriana entrar com uma ação cível alegando que uma empresa parceira teria se apropriado de ingressos sem quitar o valor total combinado.

Com o registro de boletim de ocorrência e o avanço do processo judicial, Douglas Schwartzmann e Mara Casares passaram a pressionar Adriana para retirar a ação, temendo que o esquema fosse descoberto. No áudio, Douglas reconhece que a operação foi clandestina, afirma que Marcio Carlomagno tinha conhecimento dos fatos e demonstra preocupação com as consequências internas no clube, incluindo possíveis punições e desgaste político para os envolvidos.

O São Paulo se pronunciou sobre o tema:

"O São Paulo Futebol Clube informa que tomou conhecimento do conteúdo do áudio por meio da imprensa e que realizará a devida apuração dos fatos. Com base nessa análise, o Clube adotará as medidas que se mostrarem necessárias.

Na manhã desta data, os conselheiros Douglas Schwartzmann e Mara Casares solicitaram licença de seus respectivos cargos na gestão."

Uol
https://www.uol.com.br/esporte/colunas/danilo-lavieri/2025/12/15/sao-paulo-ex-de-casares-e-diretor-pedem-licenca-apos-esquema-por-ingressos.htm