- O que está proposto por grupo de pessoas bem-sucedidas e decentes é bela utopia
- Para os apaixonados pelo Corinthians, é saída; para outros, o fim da mamata
Sonhar ainda não paga impostos, como o andar de cima também não paga no Patropi.
O que os proponentes da SAFiel apresentam é tão bem costurado, e com envolvimento pleno da Fiel, que soa como utopia, capaz de mobilizar a torcida e apavorar os detentores do poder viciado e maligno que há décadas contamina o Corinthians, vaca leiteira dos piores interesses, de uns tempos para cá alvo da cobiça de organizações criminosas.
Da máfia russa, via MSI, no começo do século 21, ao internacionalizado PCC, que apostou em cartolas medíocres até para roubar.
A bela ideia da SAFiel é baseada em métodos bem-sucedidos do futebol do Bayern de Munique e do futebol americano do Green Bay Packers, que pertence à comunidade.
A proposta está tão bem desenhada que um gavião a entende e aprova, embora seja entendida, também, pelos vampiros que habitam o Parque São Jorge e de lá insistam em não sair.
Significa dizer: o que para uns, verdadeiramente apaixonados pelo Corinthians, é saída, para outros, exploradores da paixão, é o fim da mamata.
Enquanto os segundos levaram o clube aos R$ 3 bilhões em dívidas obscuras, que financiaram até gastos pessoais com cartões corporativos, os primeiros propõem o saneamento das finanças, sem dar calote em ninguém.
Quem gosta verdadeiramente do Corinthians não quer ganhar nada do Corinthians, quer apenas que o Corinthians ganhe, com o que todos os corintianos ganharão.
Ganharão taças, não dinheiro.
Repitamos: o Corinthians é o clube de maior torcida no maior mercado do país, com seus torcedores concentrados em São Paulo, de fácil acesso, diferentemente do Flamengo, com a Nação espalhada pelo Brasil.
Trazer o torcedor de Sapopemba para o Parque São Jorge, ou Itaquera, é incomparavelmente mais fácil do que trazer de Teresina para a Gávea ou Maracanã.
Hoje, sem ser SAF, o rubro-negro explora seu potencial muito melhor, porque pode até ser comandado por cartolas vaidosos, mas honestos, fiscalizados por ferramentas estatutárias que os impedem de roubar.
O Corinthians, com dívida colossal, perdeu a chance do saneamento no atual modelo associativo.
A solução é óbvia e soa ingênua, porque tudo o que os detentores do poder em Parque São Jorge temem é serem afastados de suas regalias indecentes.
O fiel desconfiado, com carradas de motivos para a desconfiança, argumenta ainda que o Corinthians não deve ter donos, mesmo que os tenha desde sempre, em personagens variados, do desclassificado Wadi Helu, passando pelo tosco apaixonado Vicente Matheus e culminando com deletérios Alberto Dualib e Andrés Sanchez.
Augusto Melo é de outro patamar, pé de chinelo do que há de pior na sociedade, sem o português melífluo de Duílio Monteiro Alves, péssimo encantador de serpentes.
Ou o Corinthians abraça a solução que ora se apresenta, sem fórmulas milagrosas, apenas pragmáticas e autossustentáveis, ou permanecerá atazanado por transfer bans da Fifa e calotes nos credores até virar massa falida e manchetes do noticiário policial.
O velho Neco, Cláudio Christóvam de Pinho, Luizinho, Baltazar, Roberto Rivellino, Basílio, Doutor Sócrates, Wladimir, Zé Maria, Casagrande, Rincón, Cássio e Renato Augusto merecem a virada de página do passado para o futuro.

O ex-lateral Zé Maria inaugura seu busto no Parque São Jorge - José Manoel Idalgo - 11.nov.21/Corinthians
Folha de S.Paulo
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/2025/11/um-sonho-chamado-de-safiel.shtml





