A procuradora de Paris, Laure Beccuau, participou nesta quarta-feira, 29, de coletiva de imprensa sobre a investigação do roubo de joias no Museu do Louvre Foto: Emma Da Silva/AP |
Roubo no Museu do Louvre: dois homens presos confessaram participação no crime, diz procuradora

Roubo no Museu do Louvre: dois homens presos confessaram participação no crime, diz procuradora

Homens presos, ambos na casa dos 30 anos, são suspeitos de fazerem parte de um grupo de quatro homens que teria realizado o crime; segundo a procuradora de Paris, Laure Beccuau, joias roubadas ainda não foram recuperadas


PARIS - Os dois homens presos no último sábado, 25, pelo roubo no Museu do Louvre "confessaram parcialmente o crime", declarou a procuradora de Paris, Laure Beccuau, nesta quarta-feira, 29, acrescentando que as joias roubadas "ainda não foram recuperadas".

Os homens presos, ambos na casa dos 30 anos, são suspeitos de fazerem parte de um grupo de quatro homens que, no domingo, 19 de outubro, roubou oito joias da coroa francesa em questão de minutos, com um valor estimado em mais de US$ 100 milhões.

Eles são suspeitos de serem os responsáveis ​​por "entrarem na Galeria de Apolo para roubar as joias", afirmou Beccuau em uma coletiva de imprensa.

"Eles estão sendo apresentados ao juiz" para serem indiciados por "roubo organizado, crime punível com até 15 anos de prisão", bem como por "associação criminosa", que pode resultar em pena de até 10 anos de prisão, indicou a promotora.

Beccuau especificou que "nada nos permite afirmar neste momento que os criminosos tiveram qualquer tipo de cumplicidade dentro do museu".

No entanto, ela acrescentou que "a possibilidade não está descartada" de haver um grupo muito maior do que os quatro criminosos identificados pelas câmeras de segurança, incluindo "um mentor e até mesmo pessoas que poderiam ter sido os destinatários pretendidos".

Joias​ 'invendáveis'

"As joias ainda não estão em nossa posse. Quero manter a esperança de que serão recuperadas e poderão ser devolvidas ao Museu do Louvre e, de forma mais ampla, à nação", disse Beccuau.

"Estas joias são, obviamente, invendáveis. É importante lembrar que (...) qualquer pessoa que as compre será, por sua vez, culpada de ocultar este crime", enfatizou ela, antes de fazer um apelo: "Ainda há tempo para devolvê-las".

Os dois detidos moram em Aubervilliers, nos arredores de Paris. Um deles foi preso na noite de sábado no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, quando se preparava para embarcar em um voo para a Argélia, "sem passagem de volta para a França". Ele tem 34 anos, é cidadão argelino e vive na França desde 2010.

Segundo a promotoria, ele já é conhecido da polícia e das autoridades judiciais por delitos principalmente relacionados a infrações de trânsito, além de um caso de roubo.

O segundo homem, de 39 anos, foi preso perto de sua casa. "Não há indícios de que ele estivesse prestes a deixar o país", afirmou a promotoria. Ele já possui antecedentes criminais por roubo qualificado.

Investigadores encontraram vestígios de DNA e impressões digitais na cena do crime, graças a itens abandonados pelos ladrões durante a fuga, como luvas, um colete refletor, um maçarico e ferramentas elétricas. Mais de 150 amostras foram analisadas "com a máxima urgência", afirmou Beccuau.

Os ladrões entraram no museu parisiense usando um elevador de carga instalado na rua, arrombaram as vitrines com as joias com uma serra circular e fugiram em duas motocicletas conduzidas por seus cúmplices.

Entre as peças roubadas estavam uma tiara de pérolas que pertenceu à Imperatriz Eugênia e um conjunto de colar e brincos de safira que pertenceu à Rainha Maria Amélia.

Durante a fuga, eles deixaram cair uma coroa que pertenceu à Imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III, que foi danificada. Sua restauração será "delicada", alertou Beccuau. / AFP

Estadão
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