Marta ao lado de Lula: palanque de Guilherme Boulos em 2024 | Imagem: Foto: Maria isabel Oliveira/O Globo
Com resistências de Alckmin e Haddad, Marta vira opção para esquerda na eleição de SP

Com resistências de Alckmin e Haddad, Marta vira opção para esquerda na eleição de SP

Não há ainda um nome considerado forte para concorrer ao governo


Por Sérgio Roxo - Brasília

Com as resistências do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Fernando Haddad (PT) a se candidatarem, a ex-prefeita Marta Suplicy passou a ser considerada por uma ala do PT como uma opção para compor uma chapa de esquerda em São Paulo na eleição do próximo ano. Marta é citada como possível vice ou como candidata ao Senado.

A montagem da chapa no maior estado do país virou um problema de acordo com diferentes aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não há ainda um nome considerado forte para concorrer ao governo e servir de palanque para o petista, caso ele realmente dispute a reeleição no ano que vem.

Em março, o GLOBO mostrou que lideranças petistas próximas a Lula iniciaram uma articulação para convencer Alckmin e Haddad a disputarem a eleição em São Paulo. O plano é ter Alckmin concorrendo ao Executivo para aproveitar o seu recall de ter governado o estado por quatro vezes, enquanto o ministro da Fazenda tentaria uma das vagas ao Senado. Ambos, porém, resistem. O plano de Alckmin é continuar como vice de Lula e Haddad não quer disputar a eleição.

O ministro do Empreendedorismo, Márcio França, já manifestou publicamente o desejo de se candidatar a governador, posto que já ocupou em 2018, e fez uma espécie de lançamento de sua pré-candidatura no congresso estadual do PSB, em abril.

No cenário visto hoje como mais provável no Palácio do Planalto, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disputaria a reeleição com amplo favoritismo para conseguir um novo mandato e perspectivas de montar um leque amplo de alianças, deixando poucas opções para a chapa de esquerda buscar apoios entre os partidos de centro.

Caso essas projeções se confirmem, Marta poderia se transformar em uma solução. Uma pesquisa em que a ex-prefeita foi testada circulou entre petistas de São Paulo e mostrou que a sua imagem tem uma avaliação positiva até levemente superior à de Alckmin. Os dois aparecem no levantamento entre os mais bem avaliados na esquerda, mas atrás dos nomes da direita. Haddad não foi testado.

Uma ala do PT, porém, resiste a Marta e acredita que é preciso apostar na renovação dos quadros da esquerda para a eleição.

O grande trunfo da ex-prefeita, avaliam aliados, é a sua relação próxima com Lula. Em março, o presidente compareceu à festa de 80 anos de Marta, o que foi considerado um sinal de prestígio. Além de circular entre os convidados no salão de festas do prédio, o líder petista teve uma conversa com a ex-prefeita e o seu marido, Márcio Toledo, no apartamento do casal.

O entendimento de aliados é que caberá a Lula decidir o destino de Marta. Se houver um chamado do presidente, a ex-ministra voltará a colocar o seu nome na urna. No ano passado, depois de uma articulação de Lula, ela se filiou novamente ao PT e foi vice de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Os dois foram derrotados no segundo turno para Ricardo Nunes (MDB).

O Globo
https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2025/05/12/com-resistencias-de-alckmin-e-haddad-marta-vira-opcao-para-esquerda-na-eleicao-de-sp.ghtml