Mesmo distante, o religioso húngaro acompanha, por intermédio de assessores padres e bispos, os movimentos políticos e sociais do Brasil
Desde que começou o conclave do Vaticano para eleger o sucessor do Papa Francisco, vários nomes têm surgido como opções para um novo pontificado. Como sempre, alguns são cotados como favoritos, caso de cardeais como o italiano Pietro Parolin ou o filipino Luis Antonio Tagle. Nessa disputa, surgem até nomes que correm por fora, como do brasileiro Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador, na Bahia.
Em um universo que envolve favoritos e candidatos menos cotados, formando um contexto onde se criam torcidas ao redor da Basílica de São Pedro e até em casas de apostas que movimentam milhões de dólares, um nome europeu apareceu com força nos últimos dias.
Trata-se do húngaro Péter Erdö, um dos cardeais mais antigos em atividade no Vaticano, prestigiado entre seus pares e figura de destaque na hierarquia eclesiástica. Aos 72 anos, Erdö é conhecido como "Doutor Budapeste", pois conta com uma forte formação intelectual, doutorado em teologia e direito canônico.
Quem são os principais candidatos para se tornarem o próximo Papa? E como eles estão posicionados politicamente?

O religioso húngaro é reconhecido também por sua capacidade de articulação interna e diplomacia. E tem um perfil moderado, o que agrada no momento o colégio de cardeais. Se, por um lado, leva-o a receber cobranças tanto do lado progressista quanto do conservador, de outro, garante-lhe a condição de negociador justo na hora em que estiver sentado lado a lado às duas correntes políticas.
Entre outros trabalhos já realizados por Péter Erdö, ele foi relator do Sínodo dos Bispos da Família em 2014 e comandou a Assembleia Geral dos Bispos do mesmo ano. Apesar de ser um cardeal europeu, Erdö acompanha à distância as atividades de movimentos políticos no Brasil, como apurou IPO News em conversa com religiosos brasileiros.
Por intermédio de padres e bispos que o assessoram, o húngaro está a par da história recente do país, como a ditadura militar vivida entre 1964 e 1984 e os movimentos de Frente Ampla e da redemocratização, que completaram 40 anos em 2025.